sexta-feira, 17 de setembro de 2010


Ela sempre tinha certeza de que o encontraria ali. Quando ele chegava, ela não conseguia pensar em nada. Não ouvia nada, só falava algumas poucas bobagens para suas amigas não notarem diferença em seu comportamento. Das bobagens que dizia, depois não lembrava de absolutamente nada, sua atenção era totalmente depositada nos movimentos do menino. No que ele eventualmente falaria com os amigos, na forma dele movimentar-se, para onde olharia, todo e qualquer detalhe, era notado pela menina, ela não perdia absolutamente nada. Com pouco tempo ela já tinha notado tudo o que havia a ser notado ou não notado, que frequentava aquele lugar nos horários perfeitamente corretos, sua fitinha do Senhor do Bonfim, seu time, descobriu o seu gosto por reggae. Ela vê nele tudo o que queria ser e não é. Ela invejava sua pele sempre bronzeada, seu jeito espontâneo e despojado de ser. Ela observava tudo muito discretamente, sempre a uma distância que não pudesse ser notada. Logo ela, tão dissimulada, que provocava um "acaso" para ser notada pelas eventuais prospecções, estava ali, entregue a um amor platônico, escondendo-se para não ser notada. Certa vez ela quis ousar e sentou-se próxima a ele para que pudesse ouvir a voz do menino. Nesse dia, de relance ele a olhou nos olhos. Ação suficiente para que a menina nunca mais querer ir tão longe, ou melhor, tão perto! Pobre menino, se quer imagina que há uma menina tão bela e tão flor, que por ele espera todos os dias no mesmo lugar. Pobre menina, mal sabe ela que ali naquela praça, poderia dar início a uma linda história, ou melhor dizendo, um lindo caso de amor. Ela é o avesso e o complemento dele e vice-versa.

Um comentário:

  1. Que texto fofo! Amor platonico é realmente... complicado. haha(:
    Obrigada por seguir meu blog,
    Beijos.

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