quinta-feira, 22 de abril de 2010


Desde que ela foi embora,
Nada mais funcionou
O galo canta muito antes da aurora,
E a roupa
Ainda não secou.
Mesmo a lua que brilhava lá fora
uma nuvem de chumbo apagou
O apito do guarda noturno assopra
Só pra me lembrar que acabou.
O muro separa o mundo lá fora.
A água do poço secou.
O vidro embassa se meus lábios encostam
num beijo que não me tocou.


Diga que é pra ela voltar
Que sem ela eu não passo nada bem,
Que duas pessoas não deixam de amar,
Que uma pessoa só não conta
Que uma pessoa só não é ninguém.

Escuto um barulho num silêncio que chora,
Não reconheço esse som,
Não ouço o riso que ouvia outrora
Pois seu sorriso ela levou.
Eu entro sozinho e fecho a porta,
Acendo a luz e não encontro mais niguém
Os moveis antigos que morrem na sala estão só pra
me lembrar que acabou.


Diga que é pra ela voltar
Que sem ela eu não passo nada bem,
Que duas pessoas não deixam de amar, Que uma pessoa só não conta
Que uma pessoa só não é ninguém.

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